Trabalhadores da Ufes fazem novo protesto na Reitoria

Há mais de 40 dias em greve, os trabalhadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) realizam um novo protesto dentro da Reitoria da Ufes, a partir das 09h da manhã desta quinta-feira, 21, no campus de Goiabeiras, em Vitória.

Café com sonho é o nome do ato que os trabalhadores, com apoio dos estudantes, promoverão no centro administrativo da universidade. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Ufes (Sintufes) Wellington Pereira explica o porquê do ato.  

Já cansamos das mentiras do Governo Federal. Por isso vamos fazer esse café com sonho. Pois estamos sonhando com dias melhores, com salários mais dignos, com nossas reivindicações atendidas. E vamos fazer dentro da Reitoria para chamar atenção do reitor, da comunidade acadêmica e da sociedade, deixando claro que a greve não vai parar enquanto não formos atendidos, revelou.

Segundo Pereira, o Sintufes foi à sala do reitor pro tempore da Ufes, Reinaldo Centoducatte, convidá-lo a participar do café da manhã que contará com a distribuição de sonhos de padaria simbolizando o desejo da categoria por dias melhores para os trabalhadores.

Após o ato, os trabalhadores realizam assembleia geral. A presidente Dilma estará, como vem ocorrendo nas outras manifestações, personificada na presença do bonecão Dil-Má!

Reivindicações

A categoria reivindica que o Governo Federal apresente os recursos orçamentários para serem alocados no piso da tabela salarial para 2011 ou 2012. Hoje o piso é de R$ 1.034,59 a reivindicação é que passe para 3 salários mínimos R$ 1.635,00. 

Os trabalhadores querem também reajuste no Step (avaliação a cada 18 meses. Se a avaliação é positiva, o servidor avança um padrão na carreira e recebe hoje 3,6%. Reivindicação é que passe para 5%).

Eles lutam ainda contra a aprovação do Projeto de Lei (PL) 1749/2011. Se aprovado, o PL 1749 criará a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), uma nova estatal com patrimônio próprio, vinculado ao orçamento da União, mas sujeita a regimes de trabalho dos hospitais da iniciativa privada

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Um desses regimes é a contratação de funcionários com contratos temporários ou via CLT. Isso seria uma perigosa alternativa aos concursos públicos na contratação de trabalhadores para hospitais universitários. Eles não teriam estabilidade e ficariam expostos a pressões políticas. Além disso, a empresa vai desvincular os hospitais de ensino das universidades.

Outro grave problema é que, com a criação da empresa, os hospitais universitários poderão vender serviços para planos de saúde privados. Segundo o Sintufes, isso pode gerar desigualdade entre os usuários no atendimento. As camadas mais pobres da população, que mais necessitam dos serviços de assistência de saúde pública, terão que disputar serviços com usuários que pagarão por eles.

A categoria luta também contra o congelamento de salários por 10 anos proposto pelo governo no PL 549 e por melhores condições de trabalho.

Setores paralisados

Iniciada em 7 de junho, a greve dos trabalhadores da Ufes atinge diversos setores dos campi. O atendimento no Hospital das Clínicas (Hucam), nos laboratórios, bibliotecas, restaurante universitário são alguns dos setores afetados pelo movimento grevista.