Assembleia decide por manter e fortalecer ainda mais a greveOs trabalhadores da Ufes decidiram continuar em greve. A posição foi tirada na assembleia geral realizada no Sintufes, no campus de Goiabeiras, em Vitória, na manhã desta sexta-feira, 8 de julho. Estiveram presentes os comandos de greve de Alegre, de São Mateus, de Goibeiras e do Hospital das Clínicas (Hucam).
A decisão se opõe à deliberação do Comando Nacional de Greve (CNG) da Fasubra, que, nessa quinta-feira, 07, em Brasília, aprovou a suspensão do movimento por 52 votos a 47.
A maioria dos delegados do CNG, seguindo orientação do governo, votaram pelo fim da greve. Em troca as negociações seriam retomadas. Mas pior que acreditar no governo – que no primeiro semestre dizia estar negociando, mas apenas enrolava – foi a maioria dos delegados do CNG realizar uma votação vergonhosa.
Traição Apesar de inaceitável, infelizmente, é um tanto normal ver o governo traindo a classe trabalhadora. Mas traição de trabalhador contra trabalhador é o cúmulo! Foi isso o que ocorreu na votação no CNG.
O diretor do Sintufes José Magesk começou a assembleia desta sexta-feira, 08, lendo os informes da greve. Ele leu um documento do Ministério da Educação (MEC), no qual o ministério pede para a categoria suspender o movimento para que o governo continuasse com a negociação. Magesk leu ainda o informe do CNG aprovando essa suspensão. Foi aí que a diretora Janine Teixeira mostrou como foi a votação no Comando.
Alguns delegados do CNG votaram contra as decisões das suas assembleias de base. Votaram pela greve na assembleia, mas lá em Brasília votaram pela suspensão no Comando, revelou.
Com essa traição, o Comando Nacional conseguiu aprovar a suspensão do movimento, fazendo a vontade governista.
Mas os delegados que mantiveram a coerência dos votos da base não se intimidaram e saíram da votação com a certeza de que reverteriam o fim do movimento na base. E foi isso que aconteceu na Ufes e em outras universidades. (Em breve o Sintufes divulgará o quadro da greve).
Mentira deslavadaApós Magesk ler a íntegra do informe sobre a reunião do conjunto de todos os servidores federais com o Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG), veio à tona uma mentira deslavada.
É que na reunião, o MPOG teria informado que o levantamento das demandas de todas as categorias que se encontram em negociação com o ministério perfazia um total de R$ 19 bilhões. Mas a Fasubra não estaria incluída nessa conta, por conta da greve.
Não tem nada disso. O que fo dito na reunião do governo é que o custo das novas demandas das diversas categorias é de R$ 19 bilhões e em nenhum momento falou que a Fasubra estava fora do bolo. Essa informação veio de algum governista querendo o fim da greve. Nunca vi uma imoralidade tão grande, denunciou a diretora Janine.
Ela ainda ressaltou a importância do movimento grevista para a categoria ter as suas reivindicações atendidas.
dito na reunião do governo é que o custo das novas demandas das diversas categorias é de R$ 19 bilhões e em nenhum momento falou que a Fasubra estava fora do bolo. Essa informação veio de algum governista querendo o fim da greve. Nunca vi uma imoralidade tão grande, denunciou a diretora Janine.
Ela ainda ressaltou a importância do movimento grevista para a categoria ter as suas reivindicações atendidas.
Janine: reajuste só com greve
Em 30 anos de trabalho, todos os reajustes salariais que nós conseguimos foram com greve, recordou.
Encaminhamentos da assembleia
A assembleia contou com a presença dos comandos de greve de Alegre, de São Mateus, de Goibeiras e do Hospital das Clínicas. Após as discussões, a categoria tirou os seguintes encaminhamentos:
– Continuidade da greve;- Radicalização nas negociações em Brasília;- Fazer documento para o CNG, expondo as contradições de trabalhadores que votaram pela greve nas assembleias, mas votaram pela suspensão no CNG;- Fazer moção de repúdio à essa traição; – Realização de nova assembleia geral (Café com Mentira), às 10h, dia 14 de julho, no Sintufes, em Goiabeiras.