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Professores do Ifes retornam às salas de aulas até quarta-feira

Após 87 dias de greve, os servidores do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) resolveram suspender a paralisação nesta quinta-feira (03). Em assembleia realizada no campus de Vitória, 162 servidores votaram pelo fim da paralisação, 20 pela continuidade e 11 se abstiveram de votar. As aulas deverão ser retomadas até a próxima quarta-feira (09). 

Dos 17 campi que existem no Espírito Santo, onze ainda não normalizaram as atividades. A administração e os servidores de cada campus devem definir a data de reinício das aulas. Na assembleia os professores também decidiram que as férias do mês de janeiro não serão prejudicadas.foto: Juliana Freitas

No início da assembleia os pais de alunos se manifestaram com aplausos e gritos enquanto os grevistas discursavam. Por diversas vezes os componentes da mesa quiseram paralisar a reunião considerando intimidação.

Dona Elvira Nunes, mãe de um aluno que cursa o primeiro período de Elétrica no campi de Vitória, disse ter ficado decepcionada com esses três meses de greve.

“Eu já cheguei a pedir desculpa pro meu filho. Porque eu sempre via essa escola como uma excelente escola. Porém eu tirei ele de outra escola, incentivei ele a vir para cá”.   


O fim da paralisação só foi possível após os grevistas se reunirem com a reitoria do Ifes para negociar as reivindicações, nesta quarta-feira (02). No encontro, eles definiram uma pauta com os termos do acordo. Os professores alegaram que este foi um grande avanço. Segundo eles, até o momento o reitor do Ifes, Dênio Rebello Arantes, não havia tentado um acordo com os servidores. 

O professor de Filosofia do campus de Linhares e integrante do comando de greve, Adolfo Assis, considera válido o resultado da reunião. “É uma vitória do movimento, então a gente acredita que a pauta local de reivindicações, que no Brasil inteiro virou um instrumento muito importante para o desenvolvimento da greve,  no caso do Espírito Santo foi atendido a contento. Então, a assembleia considera que o desdobramento é satisfatório para o o fechamento do nosso ciclo, do nosso movimento”.

No termo de compromisso apresentado na assembleia e que será assinado nesta sexta-feira (04) pelo reitor Dênio Rebello e pela diretoria do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) está a criação de dois grupos de trabalho: um sobre Políticas de Gestão e outro sobre a Gestão de Pessoas. Cada grupo será formado por indicados da reitoria e do sindicato. 

Com o fim da greve o aluno Paulo Augusto Cola Rovida, que cursa o 8º período do curso superior de Engenharia Metalúrgica fez um desabafo. “Então fica um sentimento meio estranho de que a greve foi inútil e você tá vendo as coisas voltarem, não tem mudança significativa nenhuma. Nem melhor para os alunos, nem melhor para os professores, nem melhor para o governo”.

Reposição das aulas 

De acordo com a reitoria, na próxima semana a diretoria de cada campus começa a se decidir como será a reposição das aulas. Professores, alunos, pais e a diretoria dos campis participarão da composição do novo calendário. “Todo o tempo consumido pelo processo legítimo da greve será compensado, será reposto. Essa é a orientação do Sinasefe, do sindicato dos servidores em comum acordo com a reitoria”, salienta o professor Adolfo Assis.

Corte de ponto 

No último dia 27, o Ministério Público Federal no Espírito Santo havia recomendado a reitoria do Ifes o corte do ponto dos servidores em greve. Apesar de Dênio Rebello ainda não ter se manifestado oficialmente sobre o assunto, os servidores disseram durante a assembleia desta quinta-feira, que a reitoria já adiantou que vai responder ao MPF/ES que não existe a necessidade do corte de ponto dos professores e servidores porque as aulas serão repostas.

 Juliana Freitas (jcfreitas@redegazeta.com.br) 

Fonte: Site da CBN.