Os debates em torno das falsas notícias (‘fake news’) e sobre a importância da organização dos trabalhadores para fazer a luta contra a retirada de direitos movimentaram a parte da manhã do planejamento estratégico da diretoria colegiada do Sintufes. O encontro acontece no Praia Grande Hotel, em Fundão, durante todo este sábado, 24 de março.
O sociólogo Vinicius Fernandes iniciou a discussão falando sobre ‘fake news’ e redes sociais. Ele lembrou a enxurrada de notícias falsas no Facebook (e outras redes) sobre a vereadora Marielle Franco, destacando a importância de as pessoas não divulgarem essas informações sem fazer a devida apuração.
Ele citou o MBL (Movimento Brasil Livre, grupo de extrema direita) como um grande fomentador de ‘fake news’. Inclusive sobre a vereadora, pois há indícios de que o grupo contribuiu com esse tipo de divulgação. A vereadora e o motorista Anderson Gomes foram brutalmente assassinados, neste mês, no dia 14, na região central do Rio de Janeiro. O crime está sendo investigado.
Fernandes falou ainda acerca da importância da utilização das redes sociais pelos trabalhadores e pelos sindicatos.
O coordenador das Estaduais e Municipais da Fasubra, Antônio Alves Neto, o Toninho, expôs sobre a conjuntura nacional fazendo conexão com a palestra anterior (do sociólogo Vinicius Fernandes).
Para Toninho, a militância da esquerda tem de usar as novas tecnologias (smartphones, por exemplo) e as ferramentas que elas oferecem (como as redes sociais).
“Precisamos utilizar esses instrumentos como instrumentos de luta para potencializarmos a nossa capacidade de lutar. Até porque, a direita aprendeu a fazer isso”, assinalou.
O coordenador da Federação abordou ainda sobre a necessidade da organização da luta.
“Para resistir à retirada de direitos é necessário organizar a luta da classe trabalhadora. E não apenas dentro da questão salarial. Mas dentro da pauta das mulheres, da luta contra o racismo, dos direitos humanos. E precisamos organizar o conjunto de trabalhadores no campo da esquerda para pensarmos um projeto de enfrentamento do desmonte das universidades”, frisou.
Toninho pontuou que a organização dos técnicos-administrativos vai ser pauta do XXIII Congresso da Fasubra (Confasubra), que será realizado em maio deste ano.
Após as palestras, na parte da tarde, o planejamento contou com debate sobre o Confasubra, no qual o coordenador apontou os ambientes de disputa dentro da própria Federação e das relações com outras entidades de classe.
Na sequência haverá grupos de trabalho que discutirão plano de ações para nortear as atividades do Sintufes ao longo do ano. O próximo passo será a plenária final do planejamento.
O planejamento estratégico da diretoria colegiada do Sintufes conta com a presença das/os coordenadoras/es e de membros do conselho fiscal do sindicato, além de trabalhadoras/es convidadas/os pela direção.