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Outubro Rosa: médico do Hucam fala sobre a campanha de prevenção ao câncer de mama

Confira a entrevista com o mastologista do Hospital das Clínicas Cleverson Gomes do Carmo Junior

Em lembrança ao Outubro Rosa, o Sintufes divulga a entrevista com Cleverson Gomes do Carmo Junior, médico mastologista do Hospital das Clínicas da Ufes.

Cleverson fala sobre a importância da campanha, apontando que a luta contra a doença e em favor da prevenção ganha destaque neste mês, mas ela precisa ser realizada sempre: “nosso lema é de Outubro a Outubro”.

O médico dá dicas de prevenção, como ter hábitos saudáveis, realizar exames (mamografia e ultrassonografia) e a autopalpação. O mastologista salienta o que é importante para a mulher que descobre que está com câncer: “É muito importante que ela não se sinta só”.

Na entrevista, ele lembra que o Hucam está de portas abertas às mulheres que precisarem de atenção em relação ao câncer de mama, destacando que o hospital atende pelo SUS e é referência em se tratando da doença.

 

Qual a importância da campanha do Outubro Rosa?

O Outubro Rosa é uma campanha mundial em que medidas de combate e medidas de enfrentamento ao câncer de mama são tomadas no mundo inteiro! E a intenção é exatamente alertar à população para essa doença tão importante, essa doença que ainda causa muita morte, muito sofrimento. E aí, o mês de outubro foi escolhido para que essas campanhas de enfrentamento sejam tomadas.

No Outubro Rosa, notamos um aumento da divulgação de informações sobre a prevenção do câncer de mama. Seria importante que isso acontecesse de forma permanente ao longo do ano?

Sim, é muito importante! Inclusive nesse mês de Outubro Rosa, o nosso lema é de “Outubro a Outubro”, exatamente para que a gente não perca de vista que independentemente do mês e do ano, essas medidas de enfrentamento elas têm que ser tomadas. A mamografia, as consultas e a vigilância têm que ser permanente ao longo de todo o tempo. O mês de outubro foca nessas medidas, não quer dizer que seja o mês exclusivo para que a gente lembre disso, mas é um mês de comemoração nesse ponto.

Quais as principais dicas de prevenção, aquelas que podem ser feitas sem a necessidade de uma consulta médica? A partir de qual idade as mulheres devem se preocupar com o câncer de mama, devem realizar exames de rotina?

A prevenção é constante! As mulheres, de modo geral, estão muito mais expostas a ter câncer de mama, são uma população de risco. Então, desde a juventude, elas têm que realizar exames médicos, têm que conhecer o próprio corpo, fazer a autopalpação. E quando chegar a idade mais adequada, ou dependendo de cada caso, de cada situação, os exames de rotina, como, por exemplo, a mamografia ou a ultrassonografia, podem ser solicitados pelo profissional médico.

O que a mulher deve fazer quando ela tem um diagnóstico de câncer de mama?

É claro que o diagnóstico de câncer de mama não é uma condição agradável, ninguém se sente bem recebendo esse tipo de diagnóstico, mas o mais importante é a mulher saber que ela não está sozinha! Ela precisa de ajuda; toda a equipe médica, a equipe multidisciplinar, está pronta para ajudá-la e é essa ajuda, esse apoio, que vai fazer com que ela vença essa doença; uma doença que apesar de grave tem altas chances de cura, tudo depende da abordagem, do tempo e, principalmente, do engajamento. É muito importante que ela não se sinta só, a mulher que seja portadora do câncer de mama não precisa se sentir só, ela não está só, tem que buscar ajuda para que consiga a sua cura, o seu tratamento.

 

Como tem sido a campanha no Hucam e no âmbito do SUS?

O Hucam é um hospital de referência para tratamento de câncer de mama no Estado do Espírito Santo. Nós temos uma residência de mastologia bem estruturada, há mais de dez anos, nós temos uns cem números de pacientes tratadas, que nós acompanhamos ao longo de anos e a cada dia nós recebemos novas pacientes, estamos sempre de portas abertas para acompanhá-las desde o diagnóstico, isto é, desde quando a primeira alteração surge até o pós-tratamento, o pós-operatório, até o segmento em todos esses níveis, o Hospital das Clínicas está sempre à disposição da população.

No âmbito do SUS, que é exclusivamente SUS, o Hospital das Clínicas atende exclusivamente SUS, nós temos vanguarda no tratamento, no diagnóstico, com tecnologia de ponta, realização de mamografia, ultrassonografia, biópsias guiadas por imagem, exames de patologia, exames de imunoistoquímica, até reconstrução mamária nós fazemos no Hospital das Clínicas. Então a nossa campanha, o nosso Outubro Rosa, está aí justamente para que não tenhamos nenhum tipo de perda de tempo para essas pacientes que precisam do acompanhamento do Outubro Rosa.

Em relação ao teto de gastos (Emenda Constitucional 95/2016), o senhor saberia dizer se houve alguma redução de investimentos públicos – aqui não apenas para a campanha, mas de forma geral para prevenção, tratamento, equipamentos de mamografia, recursos humanos etc?

Bom, nós que estamos na linha de frente de atenção à saúde não notamos nenhum tipo de alteração de financiamento ou nenhuma condição relativa à parte financeira, a parte estrutural.

O que nós com certeza prezamos é sempre pela qualidade do nosso serviço, pela qualidade no atendimento à população, para que a população não se sinta desprestigiada, não se sinta desassistida em nenhum momento. Então nós, do Hospital das Clínicas, estamos sempre, absolutamente, à disposição de toda a população que nos procura tanto para prevenção quanto para tratamento dessa doença do câncer de mama.

Tem mais alguma coisa?

É muito importante a gente lembrar que o câncer de mama é uma doença que não tem uma prevenção muito direta, os fatores de risco, muitas das vezes, são imutáveis, como a idade, o sexo feminino, alguma alteração genética.

Então as coisas que a gente pode intervir nós precisamos tentar, por exemplo, ter hábitos de vida saudáveis, praticar exercícios, evitar o consumo excessivo de cigarro ou de bebida, hábitos de alimentação com menos gordura animal também ajudam a reduzir a incidência desse tumor, prevenir a obesidade, prevenir o sedentarismo: são todas condições que reduzem esse risco de desenvolver o câncer de mama.

E caso evidentemente haja alguma dúvida, caso haja alguma desconfiança de que pode não estar tudo certo, a população tem portas abertas no Hospital das Clínicas para nos procurar, para que tenhamos o melhor a fazer por essas pacientes.