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Lula venceu e agora?

Passado o processo eleitoral de 2022, com o segundo turno no dia 30 de outubro, ganhou a democracia! O resultado das urnas deixou claro a escolha da maioria do povo brasileiro, ao eleger Luiz Inacio Lula da Silva, para governar o país para os próximos quatro anos. Isso não se questiona.

Após quase quatro anos de ameaças, ataques e perdas de direitos, a classe trabalhadora brasileira deu o troco em Bolsonaro nas urnas e conseguiu derrotá-lo eleitoralmente. No entanto, seria uma ilusão acreditar que a ultradireita e os setores fascistas saíram derrotados nessas eleições. Ao contrário, o partido de Bolsonaro elegeu a maior bancada no Congresso Nacional e vários governadores e deputados estaduais. Isso significa que haverá uma forte oposição de direita no congresso que aproveitará cada erro e vacilação do novo governo para atacá-lo e preparar a seu retorno ao poder.

Os fechamentos de estrada, que contou com a complacência da PRF e os atos em frente aos quarteis do exército pedindo intervenção militar, são ações criminosas contra a Constituição Federal e uma tentativa de deslegitimar o processo eleitoral e manter Bolsonaro e os militares no poder. Esse movimento vem diminuindo, frente a resistência localizada do povo das periferias e das torcidas organizadas que desfizeram diversos piquetes dos golpistas. Isso reforça a importância da organização e da necessidade da união dos trabalhadores contra essas ameaças.

É fato, porém, que a derrota de Bolsonaro, no nível nacional; e, de Manato, no Espírito Santo não garante uma vitória definitiva para o povo brasileiro. No Espírito Santo precisaremos estar organizados para cobrar de Casagrande os compromissos assumidos durante a campanha, em especial com as pautas do negro e do pobre, das mulheres, dos indígenas, dos quilombolas, dos atingidos do Rio Doce etc. A organização da classe trabalhadora será fundamental para derrota da política alimentadas por falsas notícias, pelo discurso de ódio e pelas manifestações que tentam instalar o caos no país.

Temos claro que a conjuntura do novo governo será muito diferente da de 2003, o país encontra-se dividido entre as pessoas democráticas, críticas e que defendem direitos sociais e as pessoas que concordam com o discurso reacionário da ultradireita. Outra diferença, se apresenta no leque de alianças realizadas para reestabelecer a democracia.

O novo governo eleito terá o desafio de reconstruir as relações democráticas, com as entidades representantes da classe trabalhadora; e, as relações institucionais com os demais poderes e esferas de governo. Sabemos que o mercado, a representação da direita no Congresso Nacional e a composição do futuro governo vai cobrar seu preço. Por isso, os movimentos sociais e a organização dos trabalhadores devem seguir de forma independente para trazer a pauta dos trabalhadores para o centro de ações do governo.

É urgente que o governo Lula trabalhe pela erradicação da fome, do desemprego e do subemprego, pois não há democracia onde existam pessoas que não tenham o que comer. Garantir a segurança alimentar deve ser o centro das ações para o início do próximo governo.

Para cuidar das necessidades do povo brasileiro e garantir serviços públicos de qualidade é urgente a derrubada do Teto de Gastos, bem como investir os recursos públicos nas seguintes prioridades:

  • No âmbito geral: que o Brasil saia do mapa da Fome, para recomposição dos programas sociais e aumento real do salário mínimo.
  • No âmbito do serviço público: suspensão da tramitação da Reforma Administrativa, reabertura da Mesa Nacional Permanente de Negociação e reposição das perdas;
  • No âmbito das Universidades recomposição do orçamento e respeito ao processo de escolha de reitores; e,
  • No âmbito da categoria Técnico- administrativa em Educação: reposição das perdas inflacionárias, retomada da Comissão Nacional de Supervisão da Carreira, para discussão do aprimoramento da carreira conforme as deliberações da FASUBRA e recomposição da força de trabalho nas universidades, com a abertura de concursos públicos para todos os cargos e o fim das terceirizações.

Diante de todas as disputas com a estrema direita e com os setores neoliberais, que comporão o governo é fundamental que o Sintufes continue fortalecendo a luta organizada e independente dos trabalhadores da Ufes e de toda a classe, com independência e autonomia. Devemos manter a mobilização pela campanha salarial para reposição das perdas inflacionárias, lutar por mais vagas para concurso e fortalecimento da carreira, bem como pela ampliação dos recursos para a Universidade pública.

Vamos continuar cumprindo o nosso papel e contamos com cada trabalhador para fortalecer o sindicato, filiando-se, participando das assembleias e lutas que virão. A melhoria das nossas condições de vida e trabalho só virão se lutarmos por elas.

No âmbito nacional a FASUBRA deverá ter como prioridade a recomposição da Comissão Nacional de Supervisão da Carreira, para discussão do aprimoramento da carreira conforme as deliberações de seus fóruns; e, recomposição da força de trabalho nas universidades, com a abertura de concursos públicos para os cargos em todos os níveis de classificação e o fim das terceirizações.

Devemos construir a mais ampla unidade para derrotar a ultradireita, a tentativa de golpe em andamento e colocar os trabalhadores em marcha na defesa de nossos direitos e de nossas condições de vida.

Contamos com você e conte com o Sintufes também!