A situação está na pauta do Comando de Greve do Sintufes, que vem buscando lutar contra esse retrocesso promovido após os ataques feitos pelos órgãos de controle e sem o devido respaldo político por parte da Reitoria
O reitor da Ufes está quer culpabilizar o Sintufes pelos problemas que a gestão dele criou no que tange à jornada ininterrupta na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Além disso, ele quer acabar com a jornada ininterrupta dos plantonistas no Hospital Universitário (Hucam) sem nem sequer passar essa decisão no Conselho Universitário (Consuni).
O reitor falou sobre isso em uma reunião, realizada com os três representantes dos técnicos no Consuni, na segunda-feira, 11, em Goiabeiras. A reunião foi convocada pelos representantes dos técnicos no Conselho Universitário, Luar Santana e Luciano Calil.
A situação está na pauta do Comando de Greve do Sintufes, que vem buscando lutar contra esse retrocesso promovido após os ataques feitos pelos órgãos de controle e sem o devido respaldo político por parte da Reitoria no que tange a jornada de trabalho ininterrupta dos TAEs, instrumento que possibilita o atendimento estendido, beneficiando trabalhadores e a população que demanda os serviços da instituição.
Ad Referendum no plantão
O reitor informou que vai aprovar a pauta do Consuni ad referendum. Um dos pontos de discussão será, exatamente, a jornada ininterrupta dos plantonistas do Hucam.
Essa aprovação mostrará a subserviência do ‘rei’ aos órgãos de controle e a falta de diálogo da gestão Ufes para com os trabalhadores técnico-administrativos em Educação. O plantão dentro da jornada ininterrupta foi identificado como irregular em relatório da Controladoria Geral da União (CGU).
Com o fim do plantão, os plantonistas do Hucam vão passar a fazer uma escala de 12×36 horas, levando a jornada semanal para até 44 horas.
De acordo com o reitor, a jornada ininterrupta dos plantonistas será cancelada e uma comissão será criada para conduzir a transição entre as escalas e adequação dos novos horários de trabalho dos trabalhadores do Hucam.
Orientação do Sintufes: O Sintufes orienta aos plantonistas do Hucam a ficarem atentos para se continuar a pressão política contra essa medida autoritária – perante os técnicos – e acovardada – diante da CGU – que o reitor quer tomar.
Diferentemente de mensagens de Whatsapp, de servidores que visam rachar a categoria, a Assessoria Jurídica do Sintufes está analisando todo o processo. O sindicato orienta, ainda, que trabalhadores plantonistas NÃO ingressem com ações individuais, pois isso pode por tudo a perder.
Flexibilização da jornada: reitor quer suspender Resolução 60/2013
O reitor tem utilizado táticas do presidente ilegítimo Michel Temer, quando o assunto é a flexibilização da jornada de trabalho dos TAEs na Ufes. Temer convoca os seus pares para regabofes com milhões de reais de emendas parlamentares no cardápio, a fim de contar seus votos para aprovar a reforma da Previdência.
Já o ‘rei’ convoca os seus diretores de centro para que eles votem de acordo com o interesse da Reitoria, e decidam pela suspensão da Resolução 60/2013, marcando assim o fim da flexibilização da jornada de trabalho nos campi da Ufes.
Contudo, o Comando de Greve do Sintufes tem ido aos centros cobrar o posicionamento dos diretores em relação à questão. O Comando e trabalhadores dos centros têm colocado para os diretores que a flexibilização da jornada melhorou o atendimento prestado à população e não tem razão de ser alterada.
O reitor quer suspender a Resolução 60/2013, segundo ele, em função da pressão que estaria recebendo da CGU e do Ministério Público Federal (MPF). Ele parece estar com medo de ser responsabilizado por devolver dinheiro, pois este tem sido o entendimento dos órgãos de controle: de que os trabalhadores têm de devolver dinheiro por trabalharem em jornada ininterrupta em vez de 40 horas semanais.
Afinal, a responsabilidade da definição da jornada de trabalho de cada um dos TAEs é da gestão da Ufes.
Orientação do Sintufes. Participar e fortalecer a greve, cobrar dos diretores dos centros posicionamentos favoráveis à manutenção da Resolução 60/2013.
O sindicato já apontou para que a reitoria monte uma comissão para avaliar os setores que possuem jornada flexibilizada, produzindo um relatório de avaliação do funcionamento desses setores, observando inclusive os apontamentos da CGU, a fim de lutar, sob o viés da autonomia universitária, para que a instituição possa regulamentar a jornada de trabalho de seus servidores.
Mais reivindicações:
-Revisão da Resolução 60/2013 – feita à revelia das sugestões dos TAEs;
-Audiência pública para situação da jornada, na qual o reitor terá de revelar o seu posicionamento;
-Manutenção do acordo de greve do Hucam de 2013 sem cessão dos trabalhadores RJU à EBSERH;
-Diálogo com a categoria por parte da gestão da Ufes e democratização dos espaços decisórios.