O governo pagou pra ver e agora a conta vai sair cara. Os trabalhadores das universidades federais começaram a greve com força total. Em menos de uma semana, trabalhadores de 24 instituições paralisaram as atividades.
Aqui no Estado, foram realizadas duas assembleias no dia 06 de junho. Pela manhã, no Hospital das Clínicas (Hucam), em Maruípe, e à tarde, em Goiabeiras.
As duas aprovaram o início da greve por tempo indeterminado. E não podia ser diferente.
Desde janeiro, os trabalhadores vinham negociando com o Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG) a apresentação de recursos para reajustes na tabela salarial, mas até agora nenhuma proposta foi apresentada. Nem prazo para uma resposta concreta foi dado. E o desrespeito não para por aí.
A nossa negociação se dá com o Ministério da Educação (MEC), que é o nosso patrão, e os seus representantes não foram em uma reunião sequer, informou na assembleia do Hucam a coordenadora de Administração e Finanças do Sintufes, Janine Vieira Teixeira.
Ela lembrou ainda que em todas as reuniões deste ano, o governo manteve o discurso de que não há previsão de reajuste para 2012/2013.
É uma total ausência de efetividade de negociação entre a Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras) e o MPOG, avaliou a coordenadora.
Para o coordenador geral do Sintufes, José Magesk Belmiro, o governo não estava acreditando na greve dos trabalhadores das universidades.
Já tínhamos levado indicativo de greve e fomos enrolados pelos governistas, que marcavam novas reuniões, mas dessa vez não. A greve começou e temos que fazer uma greve forte, mostrar nossa insatisfação com o governo, convocou Magesk.
Confira as principais reivindicações dos trabalhadores em greve:
1. Apresentação de recursos orçamentários para serem alocados no piso da Tabela Salarial para 2011 ou 2012. Hoje o piso salarial da categoria é de R$ 1.034,59. Não chega nem a dois salários mínimos. A reivindicação é que passe para três salários mínimos, R$ 1.635,00. Nesse ponto, outra reivindicação é que o percentual acrescido no salário do trabalhador após a avaliação positiva (feita a cada 18 meses) suba de 3,6% para 5%;
2. Os trabalhadores também querem propostas que resolvam a questão do Vencimento Básico Complementar (VBC) e o reposicionamento de aposentados, com ampliação de direitos para 2011;
3. Avanços nas propostas que possibilitem resolução sobre a racionalização de cargos ainda em 2011, conforme deliberação da plenária da Fasubra;
4. Resolução do Anexo IV, com ampliação de percentual horizontal
para todas as classes e reajuste dos benefícios, a partir de 2011;
5. Contra a proposta de criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), que privatiza os hospitais
universitários;
6. Contra o projeto de lei (PL) 549 que, simplesmente, quer congelar os salários dos trabalhadores por 10 anos.