A assembleia unificada do Sintufes, realizada nesta quinta-feira, 22, no campus de Goiabeiras, em Vitória, decidiu não seguir as orientações do Comando Nacional de Greve (CNG) da Fasubra.
A proposta do CNG, apresentada pelo informe de greve (IG) de 16 de setembro, era construir uma saída unificada da greve no dia 26 de setembro. Mas os trabalhadores técnico-administrativos da Ufes, que lotaram a sede do sindicato, entenderam que este não é o momento para sair do movimento.
Com isso, uma nova assembleia será realizada, nesta segunda-feira, 26, a partir das 10h, no Sintufes, no campus de Goibaieras, em Vitória.
Nesta nova assembleia, a categoria vai analisar o quadro de respostas do CNG para definir os rumos da greve nos campi da Ufes. O CNG receberá as informações de todas as universidades nesta sexta-feira, 23, em Brasília.
Ou seja, as bases de outras universidades podem também querer a continuidade da greve, assim como os técnico-administrativos da Ufes.
Foram eleitos para compor o CNG da Fasubra, a partir desta quinta-feira, 22, o membro do CLG-Goiabeiras (Comando Local de Greve) Wellington Pereira. A membro do CLG-Hucam Janine Vieira Teixeira já se encontra no CNG, desde o dia 20 de setembro.
Eles vão trazer o panorama da Fasubra para assembleia da próxima segunda-feria, 26.
Entrega do Hospital das Clínicas
Um dos motivos que fizeram os trabalhadores da Ufes manterem a greve foi que a Câmara Federal aprovou o projeto de lei 1749/2011, que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, a Ebersh.
O projeto foi aprovado por 240 votos a 112 e 4 abstenções.
Estão caminhando para entregar o Hospital Universitário (Hospital das Clínicas), o nosso patrimônio, para uma empresa de sociedade anônima (Ebersh), que vai poder até ter ações na bolsa de valores, lamentou o membro do CLG-Goiabeiras, José Magesk.
Ele reafirmou os danos à sociedade que a criação da Ebersh poderá trazer.
O prejuízo para nós é que o RJU (Regime Jurídico Único dos servidores públicos da União) vai acabar. Quem está trabalhando não vai perder. Mas quem for entrar vai entrar como celetista (regido pela Consolidação das Leis do Trabalho CLT, onde não há garantias de estabilidade). Mas o prejuízo maior mesmo é que a universidade perde o controle do hospital, explicou Magesk.
O membro do CNG-Goiabeiras também revelou os nomes dos deputados federais capixabas que votaram a favor e os que foram contrários à aprovação. A maioria ficou a favor da Ebeserh.
Favoráveis – Camilo Cola, Lelo Coimbra, Dr. Jorge Silva, Lauriete, Carlos Manato e Paulo Foletto.
Contrários Audifax e Cesar Colnago.
Não há registro de voto da deputada Sueli Vidigal. E a deputada Rose de Freitas não votou, pois presidia a sessão extraordinária que aprovou a Ebserh.
O projeto agora será encaminhado ao Senado Federal, cuja maioria dos senadores também é da base governista.
Alegre e São Mateus
O membro do CLG-São Mateus Sérgio Dalbon alegou que o movimento paredista fortaleceu a categoria no Ceunes.
O membro do CLG-Goiabeiras Wellington Pereira trouxe informes do campus de Alegre. Lá ocorreram alguns problemas em relação à biblioteca e ao restaurante universitário, que já vêm sendo resolvidos.
É preciso mobilização para luta!
As questões do campus de Alegre esbarram em um ponto comum a todos os campi. O fato de que muitos trabalhadores criticam os grevistas, não participam do movimento.
Porém, eles poderiam passar a fazer mais, a participar das ações de greve, a entender que a luta não é apenas política ou ideológica. Mas é sobretudo em favor da categoria dos técnico-administrativos.
Sem falar que quando os grevistas têm conquistas, os não grevistas também são beneficiados. Por isso, em vez de criticar e de não participar, venha para luta!
Em breve! Confira mais informações sobre a questão da insalubridade, da periculosidade e das propostas de emenda parlamentar para os trabalhadores.