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Encontro de Aposentados tem lançamento de livro, debate sobre o Outubro Rosa e convocação para derrotar Bolsonaro nas urnas

Confira as imagens e as informações da atividade

O Encontro das Aposentadas, Aposentados e Pensionistas da categoria, promovido pelo Sintufes, foi muito bom com discussões potentes e importantes! O encontro aconteceu na sexta-feira, 21 de outubro, na sede do sindicato, em Goiabeiras.

Teve lançamento de livro de aposentada que trabalhou no Hucam. Teve importantes orientações e debate sobre a prevenção do câncer de mama. E teve um alerta que se faz extremamente necessário para o dia 30 de outubro: derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo nas urnas, no segundo turno das Eleições de 2022.

O Encontro foi conduzido pela coordenadora de Assuntos de Aposentadoria do Sintufes Marizete Pereira Leite (falando ao microfone, na imagem acima).

Do papel de embrulho para as livrarias
A escritora Maria Lucília Oliveira Ferreira fez o lançamento do seu livro: “Histórias e toadas da minha infância”, na sede do Sintufes, no Encontro de Aposentados deste mês. Ela é aposentada pela Ufes. Foi trabalhadora no Hucam.

Ao apresentar a sua obra, ela revelou que o livro foi ‘escrito’ quando ela tinha entre 6 e 11 anos de idade. Quando via o mundo se descortinar para ela.

“Via a relação dos animais com a natureza e escrevia o que via”, contou Maria Lucília.

Isso ela fazia quando morava na zona rural de Resplendor  (hoje distrito de Nicolândia), em Minas Gerais, no final dos anos 1940.

Segundo a autora, ela escrevia a sua percepção da realidade, a relação dos animais com a natureza entre outras questões da sua vivência da infância, como as dificuldades daquele momento histórico, de viver na mata, roçando, em meio a animais perigosos etc. E escrevia em papel de embrulho e em outras ‘mídias’ (papelão, no chão com galhos de árvore) que apareciam.

A escrita, muita das vezes, foi feita com pena de galinha, com sumo de fruta que ela mesma socava para poder fazer suas anotações. Tudo isso era escondido dos pais, pois eles poderiam não concordar com os registros que a filha fazia.

As anotações da escritora foram datilografadas quase que cinco décadas depois, nos anos 1990, pelo neto dela, que também esteve presente no Encontro, o mestrando em filosofia pela Ufes, Doney Corteletti Stinguel.

De acordo com ele, o material datilografado ficou guardado por umas décadas, tendo sido transformado em livro, recentemente, no alto dos 81 anos da autora.

O livro pode ser comprado na Internet nos sites da Americanas, Submarino, entre outros.

Veja mais imagens do Encontro

Outubro Rosa
A coordenadora geral do Sintufes, Patrícia Paulino Bianchini (à dir. na imagem abaixo), e a coordenadora de Políticas Sociais e Saúde do Trabalhador Cida Alves (à esq. na imagem abaixo) falaram sobre a importância da prevenção do câncer de mama, em lembrança à campanha Outubro Rosa.

Trabalhadoras no Hucam, elas pontuaram sobre a importância do autoexame, mostrando como se realiza o toque do procedimento, salientando que a mulher não deve ter vergonha de se tocar. Bem como deve fazer sempre os preventivos e outros exames de rotina.

“A gente precisa falar sobre câncer. Estamos em uma situação, onde o câncer está vindo não só para as pessoas de mais idade. Os de mama e de colo de útero estão matando mulheres na faixa dos 30 anos. Então, precisamos falar sobre isso”, alertou Patrícia.

Por isso, é importante se cuidar e fazer a prevenção do câncer de mama, que representa um terço dos óbitos da doença.

“Entre todos os tipos de câncer que acometem as mulheres no Brasil, o câncer de mama representa 30% do número de mortes”, acrescentou a coordenadora Cida Alves.

Após a apresentação, mulheres se manifestaram contando suas experiências com a doença ou com familiares que tiveram câncer de mama, mostrando a importância de se fazer o debate em torno do tema.

É FUNDAMENTAL DERROTAR BOLSONARO E O BOLSONARISMO NO 2° TURNO
Três falas pontuaram muito bem a importância de se derrotar Bolsonaro e seus representantes, como o candidato Manato, que disputa o governo do ES, no segundo turno das Eleições 2022, previsto para 30 de outubro.

Entre as exposições, foi pontuado que é importante o Sintufes se manter independente, seja qual for o governo eleito, pois tendo independência o sindicato poderá seguir organizando a luta em defesa da categoria.

Foi exposto que as candidaturas de Lula e Casagrande apontam para a possibilidade de negociação com a classe trabalhadora, diferentemente do que poderá representar uma vitória de Bolsonaro e Manato.

E que é importante convocarmos as pessoas a votarem para derrotar Bolsonaro. Seja para quem o voto é facultativo, seja para quem não quer votar.

Dois coordenadores do Sintufes, Filipe Fermino (Skiter – de Formação Política Sindical) e Luiz Antônio Araújo Silva (de Administração e Finanças) fizeram falas sobre a importante conjuntura política em razão das Eleições. Além deles, o militante do PT, Perly Cipriano foi convidado para contribuir com a discussão.

Confira trechos das falas dos três palestrantes:

“O governo Lula não vai ser um governo dos sonhos. Vamos ter que continuar tendo um sindicato independente para organizar a luta. Mas neste momento, temos um inimigo mais perigoso, que quer fechar os sindicatos, fechar jornais. Que quer atacar todos os direitos que temos até o momento. O outro governo é o governo que vamos ter, no mínimo, um canal de diálogo para lutar por nossos direitos. E gostaria que a gente saísse daqui com a tarefa de derrotar Bolsonaro nessas eleições, votar 13 e votar 40, para termos um Brasil melhor do que tivemos nesses últimos quatro anos”.
Coordenador Skiter (à dir. na imagem acima)

“Temos que votar no 13 e votar no 40 aqui no Estado, não pode ter vacilo. A palavra de Guedes (Paulo, ministro da Economia) sobre o salário-mínimo, pode estar certo: vão ser quatro anos de congelamento para o trabalhador. E mais: num decreto, ele mexe com a carreira e tira a qualificação e a capacitação. E mais: o Guedes trabalhou no Chile na ditadura. Ele transformou a previdência pública num fundo de investimento. E o Chile é um país em que os aposentados mais tiram a vida porque não tem dinheiro para sobreviver. Esse projeto (Bolsonaro e Manato) tem que ser varrido daqui no dia 30”.
Coordenador Luiz Antônio (à esq. na imagem acima)

“Precisamos garantir que todos votaram no Lula, votem no Casagrande. E quem vote no Casagrande, vote no Lula também. Não é fácil. Manato foi associado a Le Cocq, que foi pior do que as milícias. (A Le Cocq) matava pessoas, fazia tráfico de drogas, de armas. Há momentos que não podemos vacilar. Queremos que cada um de nós, procure amigos, parentes e falem com eles para votar para derrotar Bolsonaro. Precisamos derrotar Bolsonaro e Manato não só eleitoralmente. Em seguida, vamos precisar organizar os trabalhadores e lutar para cobrar que os programas (de interesse dos trabalhadores) sejam cumpridos e que não haja retrocessos”.
Perly Cipriano (convidado, ao centro na imagem acima)

Recado de quem é jovem há mais tempo: “Podemos nos aposentar do trabalho, mas não da vida”
O convidado Perly Cipriano lembrou que ele começou a acompanhar política quando tinha 17 anos, em 1960. Ou seja, ele conviveu com toda repressão e censura durante a ditadura civil-militar no Brasil, inclusive tendo sido preso e torturado por lutar contra aquela conjuntura.

Ele deixou um recado para quem está aposentado.

“A gente atinge a plenitude da nossa capacidade quando se aposenta. A gente tem conhecimento, experiência e sabedoria. A gente sabe os caminhos. A gente precisa se aposentar do trabalhado. Mas não da vida. Precisamos engajar ainda mais na vida. Nossa idade é para começar a fazer o que não conseguimos fazer antes. E fazer o que pudermos fazer. A Lucília escreveu um livro. Quem está aqui também pode escrever. Quem tem idade mais avançada, lembra das coisas passadas, tem o que contar”, assinalou Perly.

Para quem tem mais de 70 anos e não precisa votar, ele orientou: “Temos que votar para dar exemplo, entendendo o papel importante das eleições”.

Atividade cultural
Ao final, o coordenador Wellington Pereira falou sobre a próxima atividade cultural das/os aposentadas/os.