Posicionamento do sindicato é apresentado em reunião ampliada com a base, que discute sobre trabalho remoto, retomada da atuação presencial entre outras questões diante da pandemia de covid-19
Em reunião ampliada com a base, o Sintufes apontou que o entendimento do sindicato para o retorno das atividades presenciais é de que elas só sejam retomadas, caso haja uma vacina ou um medicamento capaz de curar a covid-19. O posicionamento dialoga com muitas falas feitas na reunião que apontam que o importante, neste momento, é preservar vidas. A reunião aconteceu na quinta-feira, 9 de julho, pela plataforma online Google Meet.
Vale salientar que a pandemia no Estado e no País segue com aumento dos números de casos (Brasil registra mais de 1,7 milhão e o Estado 58,5 mil) e de óbitos. Já são mais de 1,9 mortes (no ES) e quase 70 mil no País. Um retorno, ainda que com planos de biossegurança e de contingência, pode fazer com que técnicas/os, professoras/es e estudantes se tornem novas vítimas ou até possíveis vetores da doença.
Foi destacada a atuação conjunta entre as entidades de representações de trabalhadoras/es e estudantes da Universidade. Com destaque para a campanha “Ufes contra o Ensino Remoto”, lançada pelo Sintufes, Adufes e DCE.
E que tanto as três entidades e os conselhos (Universitário e Cepe) devem ser sempre convocados para discutirem com a administração da Ufes sobre retorno de atividades ou ainda sobre o prosseguimento de atividades remotas, já que assim como estudantes, há trabalhadoras/es que não têm o devido acesso às tecnologias de informação e comunicação; sem falar nos encargos que a atividade remota vem trazendo etc.
Hucam
Sobre quem está atuando na linha de frente do combate à covid-19 no Hucam, o Sintufes destacou que tem feito reuniões cobrando que sejam resolvidos os problemas do hospital. E que o sindicato já cobrou da Progep mais uma reunião com a própria Progep, a Reitoria e a superintendência do Hucam a fim de resolver demandas da categoria.
Conjuntura: ex-coordenador da Fasubra aponta intenção de golpe bolsonarista
A análise de conjuntura foi feita pelo ex-coordenador geral da Fasubra Rogério Marzola. Ele falou que Bolsonaro tem intenção de dar um golpe, e que os ataques que ele fazia ao STF, ao Congresso, reforçam isso.
E que até a crise econômica pode ser usada para isso para que ele se perpetue no poder e promova um ‘autogolpe’.”É a queda de braço: do regime democrático burguês ou para ver se vai para um regime de ditadura”.
Para Marzola, a classe trabalhadora precisa fazer o enfrentamento, porque não vai ser a ‘boa vontade do STF, do Congresso (em defesa das instituições democráticas e da democracia) que vai fazer frente das ações bolsonaristas visando um golpe.
Segundo o ex-coordenador da Federação, a situação tende a piorar depois da pandemia. “Os ataques vão ficar mais fortes ainda. Não se iludem. Vão querer recuperar os gastos sociais da pandemia na conta dos trabalhadores”, salientou.
Em relação ao trabalho remoto, Marzola assinalou que as realidades são muito distintas e que a questão precisa ser muito discutida.”Temos que discutir sim. Não é só usar máscara e álcool em gel. Se ficar muito tempo exposto, vamos pegar.
Tem que ter controle de temperatura, higienizar tudo. colocar sabão nos banheiros, testagem. A retomada presencial completa só lá no final, o processo vai ser longe”, frisou.
Ele também disse que as/os estudantes não podem ser responsabilizadas/os pelas universidades por não terem as devidas ferramentas para o ensino remoto. E teceu críticas ao corte substancial de recursos públicos nas mais diversas áreas.