Confira como foi a semana de greve: com polícia (pra quem não precisa!), velório da governança da EBSERH e gestores que ‘nada sabem’

Clique aqui e veja as imagens da greve, que ganha força a cada dia! E confira os acontecimentos entre os dias 24 e 28 de março de 2014

Iniciada em 17 de março em todo o Brasil, a greve dos trabalhadores técnico-administrativos em Educação começou a ganhar força (na Ufes e, sobretudo, no Hucam) a partir do dia 24 do mesmo mês.

Até o final de março, 35 universidades já vão ter deflagrado a greve o que mostra a indignação da categoria, pois o governo federal até faz reuniões, mas nada apresenta.

Mas essa semana (iniciada na segunda-feira, 24) contou com alguns fatos que demonstram as artimanhas das chefias contra o direito legitimo à greve dos trabalhadores.

No dia 25 de março, a trabalhadora Alvaléria Cuel, do Comando Local de Greve do Hucam, foi duramente acusada por um delegado da Polícia Federal, que foi ao hospital a mando da governança da EBSERH, para apurar um suposto sumiço de prontuários do Same.

Com dedo em riste, apontado para o rosto da sindicalista, o delegado disse em tom de acusação: seu nome foi um dos (nomes) ventilados no caso do desaparecimento dos prontuários. Só faltou os agentes da PF sacarem suas armas, pois eles estavam com pistolas à mostra na cintura como forma de intimidar trabalhadores.

Trabalhadores esses que usam armamento pesado: panfletos, reivindicações na ponta da língua, palavras de ordem, cartazes que fazem parte da luta em defesa da saúde e educação públicas. Sem cometer violência alguma. Sem deixar pacientes de programas especiais e de urgência e emergência sem atendimento.

Desnecessária e autoritária a ação da Polícia Federal, que poderia investigar os graves problemas diários do hospital: falta de medicamentos, de material de trabalho, de água para pacientes e trabalhadores, um paciente com vários prontuários, assédio moral entre outros problemas. Além de outros assuntos que são (ou deveriam ser) da competência policial, como a questão da Petrobras entre outros.

AH, E QUER SABER ONDE ESTAVAM OS PRONTUÁRIOS? Arquivados no mesmo setor em que ‘desapareceram’.

Cessão de trabalhadoresEm meio à greve, os trabalhadores do Hucam foram surpreendidos com um ofício do MEC/EBSERH determinando a cessão de mais de 800 técnico-administrativos concursados pela Ufes e que trabalham no hospital para a EBSERH.

Um novo problema que o Comando Local de Greve do Sintufes fez questão de enfrentar sem perder tempo. Foi marcada reunião com o reitor da Ufes, dia 26, onde mais de 60 trabalhadores compareceram, exigindo por parte do administrador o cumprimento do acordo de greve do Hucam.

Em maio de 2013, após uma semana de greve, o reitor assinou acordo garantindo a não subordinação dos trabalhadores do Hucam/Ufes à EBSERH. Eles querem a manutenção desse acordo. E também cobraram respeito ao movimento e que não haja mais ações repressivas como aconteceu no caso dos prontuários.

Já no dia 27 de março, o Conselho Fiscal do Sintufes fez a prestação de contas de 2013 do sindicato. Ela foi aprovada por imensa maioria da assembleia. Porém, devido à greve e à situação do Hucam, os trabalhadores encaminharam atividades da greve.

Na assembleia, o médico Eurico Schmidt se solidarizou ao movimento, mostrando apoio à greve. E afirmou: Aqui (Hucam) era muito melhor sem essa EBSERH. Os Comandos de Greve de Alegre e de São Mateus também participaram e solicitaram apoio para fortalecer a paralisação em seus respectivos campi – pois o assédio moral contra grevistas é ainda mais forte no interior.

A assembleia contou com esclarecimentos da assessoria Jurídica do Sintufes, que falou sobre diversas possibilidades problemáticas da cessão de servidores. Por outro lado, a assessoria ratificou: SOBRAL NÃO TEM O PODER DE CORTAR PONTO! E QUE FAZER AMEAÇAS COMO ESSA À GREVE DE TRABALHADORES É GRAVE! Pode até ser considerado CRIME!

Já na sexta-feira, 28, os trabalhadores realizaram o velório da governança do Hucam. O ato foi parar na imprensa, que foi ouvir o superintendente do hospital. E ele disse que OS PRONTUÁRIOS SUMIRAM, sem informar que foram encontrados – ou seja, contando a verdade pela metade à imprensa. Ele ainda disse que desconhece a pauta interna (questão da cessão de servidores, entre outros pontos, como falta de condições de trabalho, de medicamentos, tudo que foi apontado na paralisação de 09 de janeiro de 2014 e na greve de maio de 2013). O reitor da Ufes também disse que não estava a par da questão da cessão e que iria analisar e se reunir com a categoria na próxima semana.

O Comando de Greve, os grevistas e a torcida do Flamengo não acreditam que eles – superintendente e reitor – não sabiam dessas coisas. Mas os trabalhadores estão dispostos e vão seguir na luta. Para que os gestores e o governo não apenas tenham conhecimento da gravidade da situação. E sim resolvam esses problemas, acabando com perseguição e o assédio moral contra o trabalhador; eliminando as práticas antissindicais, de privatização, de sucateamento e de arrocho salarial; e mandando a EBSERH para o espaço sideral com passagem só de ida.

A greve segue forte. E vai continuar na próxima semana com atos previstos para Goiabeiras no Restaurante Universitário; reunião com o reitor da Ufes no dia 02 de abril, assembleia geral, no dia 03 e por aí vai a luta da categoria.

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