Rasgando o estatuto da Federação, coletivos cutistas/petistas tentam desmobilizar paralisação. Mas 26 universidades já dizem sim à greve!
Os governistas se superaram, propuseram o fim da greve antes mesmo dela começar, afirmou a coordenadora-geral da Fasubra e coordenadora do Sintufes, Janine Teixeira, na assembleia da categoria – com boa representação dos trabalhadores, realizada na sede do Sintufes na manhã da segunda-feira, 17 de março de 2014.
Coletivos políticos da Fasubra, ligados à CUT e ao governo do PT, propuseram que os trabalhadores técnico-administrativos em Educação recuassem da greve, no dia da sua deflagração. É importante lembrar que a deflagração da greve no dia 17 de março foi decisão da plenária da Federação, em 09 de fevereiro, onde a maioria das mais de 40 Ifes presentes votou a favor do movimento paredista.
Os trabalhadores da Ufes rechaçaram a proposta imoral de não entrar em greve e manter a negociação com o governo. Proposta essa que configura um atentado ao Estatuto da Federação.
Sou contra essa proposta, pois foi decisão de alguns coordenadores. E uma decisão dessas tem que passar pela plenária ou por um Congresso da Fasubra, criticou a coordenadora-geral do Sintufes, Ana Hoffman.
Além disso, a assembleia lembrou que o governo jamais negociou em greve. “Todas as conquistas que os trabalhadores tiveram até hoje só vieram através de greve. Via isso quando era estudante e vi também quando já estava na Ufes como técnico, na greve de 2012. O governo não negocia se não tiver greve”, destacou Felipe Firmino.
26 universidades ratificam a greve!
Os trabalhadores ratificaram a greve por unanimidade. A proposta que a categoria aprovou da manutenção da greve foi assinada pelos coletivos que defendem os interesses da categoria e não traem sua base, como o Vamos à Luta.
Vale ressaltar que das 21 universidades que ratificaram a greve, há instituições que são base dos coletivos governistas/cutistas. São os trabalhadores da base indo de encontro à orientação de suas coordenações, mostrando que estão dispostos a enfrentar o governo Dilma para que as reivindicações da categoria sejam atendidas.
Ano de Copa
Ainda na assembleia da segunda, 17, o coordenador-geral do Sintufes, José Magesk, lembrou que a greve acontece em um ano de grandes acontecimentos no País. E que isso pode fazer com que outras categorias também entrem em greve.Esse ano tem eleições e tem também Copa do Mundo no Brasil. É um momento importante em que o governo não vai querer mostrar um País em greve para todo o mundo. Então, se fizermos uma greve forte e com participação da categoria podemos sim sair vitoriosos. Sem falar que outros servidores públicos federais também podem entrar em greve e contribuir nessa luta, analisou.
Garis como exemplo
Algumas intervenções na assembleia, realizada na sede do Sintufes na manhã do dia 17 de março, lembraram a luta vitoriosa, que aconteceu no início de março.Os garis do Rio de Janeiro lutaram por suas reivindicações, enfrentando a prefeitura do Rio, os patrões e o próprio sindicato da categoria, que não apoiou a greve.Ao final, com muita luta e mobilização, eles conquistaram 37% de reajuste contando aumento salarial e em benefícios.
Comando Local de Greve é instalado
Embora a assembleia tenha sofrido uma mudança em sua pauta, alguns pontos foram mantidos. Entre eles o que previa a instalação do Comando Local de Greve do Sintufes.
O Comando foi composto e a partir da terça-feira, 18, já começou a trabalhar e a mobilizar a categoria para a greve. E também para uma próxima assembleia, que será nesta quinta-feira, 20, às 10 horas, no Sintufes, em Goiabeiras, Vitória.Essa assembleia terá os pontos de pauta que não foram deliberados na segunda, 17. Cabe pontuar que a mudança da pauta foi aprovada pela própria assembleia.O Comando fez sua primeira reunião na subseção sindical do Sintufes, no Hucam, na tarde do dia 17.