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Assembleia aprova proposta do governo de reajustar os auxílios, mas greve segue forte

Luta pela reestruturação da carreira e recomposição salarial vai continuar


Em uma assembleia da greve com boa presença da categoria foi aprovada, por ampla maioria, a proposta do governo de reajustar os benefícios (auxílios: alimentação, creche e saúde). A deliberação foi tomada sem que haja impactos ao movimento paredista, ou seja: a greve pela reestruturação da carreira e recomposição salarial segue firme e forte!

A assembleia aconteceu na tenda da greve de Goiabeiras na manhã desta quarta-feira, 17, em Vitória. No mesmo momento acontecia, em Brasília, a Marcha da Jornada de Lutas dos Servidores Públicos Federais com a presença da delegação do Sintufes somando forças à Fasubra, ao Andes (docentes das universidades) e ao Sinasefe (técnicos e docentes dos institutos federais).

A deliberação da assembleia será encaminhada à Fasubra. Os demais sindicatos da base da Federação também estão realizando assembleias para avaliar a proposta, que o governo apresentou no dia 10 de abril, na Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP). Caso a maioria da base dos sindicatos da Fasubra acate a proposta do governo, o reajuste salarial não será mais pautado no âmbito da MNNP. A questão vai passar a ser discutida nas mesas específicas sobre as carreiras. Isso é o que consta no termo de compromisso do movimento sindical com o governo.

Portanto, demais conquistas da greve que abarquem toda a categoria – trabalhadores da ativa e trabalhadores aposentados, serão travadas na mesa específica que vem fazendo o debate em torno da reestruturação da carreira (PCCTAE) e que vai abarcar agora a recomposição salarial, lembrando que este é o eixo específico da greve da Fasubra.

Por isso, a greve precisa se fortalecer e precisa também de muita atenção, estratégia e paciência para ir em busca de questões que vão de fato beneficiar toda a categoria, sem que isso possa gerar prejuízos a lutas futuras.

(Veja ao final do texto mais sobre a alteração nos valores dos benefícios).

Mais deliberações: moção de apoio e comando unificado
A assembleia aprovou uma proposta de texto para uma moção de apoio à greve dos técnicos. Ela será encaminhada ao Conselho Universitário da Ufes (Consuni). A proposição foi aprovada com um adendo: caso o texto seja alterado pelo Conselho Universitário, os representantes dos técnicos no Consuni só devem aprovar o novo texto, se ele não trouxer pontos negativos aos TAEs.

Outra aprovação foi em relação ao Comando Unificado de Greve (reunindo técnicos, docentes e estudantes). Essa questão já havia sido objeto de deliberação na assembleia do dia 12 de abril, na tenda do Básico/CCS, após o Sintufes receber um convite da Adufes para a criação deste comando unificado. A Associação de Docentes sugeriu que o comando tivesse um formato aberto com direitos a falas, mas com cada segmento com dois representantes com direito a voto.

A assembleia desta quarta, 17, aprovou adesão ao Comando Unificado mas de forma aberta/ampla com todos os participantes com direito a voz e voto.

Estudantes. Representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) acompanharam a assembleia e manifestaram apoio às greves dos técnicos e dos docentes. Em relação à greve do movimento estudantil, a informação foi de que a discussão em torno da adesão vem sendo feita, mas que ainda não foi finalizada. Há cursos que já se manifestaram favoráveis, outros contra. Mas que o acúmulo, de 23 mil estudantes, vem sendo construído e deve ser definido nos próximos dias. O DCE fará assembleias pautando a greve em Alegre e São Mateus na quinta, 18.

Reajustes nos benefícios de acordo com o termo de compromisso
Quanto aos benefícios, na proposta feita pelo governo, o valor do auxílio-alimentação passaria dos atuais R$ 658 para R$ 1 mil. O per capita de saúde suplementar passaria por um reajuste por meio de uma tabela que considera vencimento básico e idade. Em valores médios, os atuais R$ 144 passariam para R$ 215 (veja tabela abaixo). O auxílio-creche passaria dos atuais R$ 321 para R$ 484,90.

No termo de compromisso que será assinado com o governo, os valores reajustados dos benefícios passam a vigorar a partir de 1º de maio de 2024 (serão percebidos no contracheque de junho).