A Associação dos Docentes da Ufes (Adufes) realizou um ato em defesa da educação pública, na manhã desta quarta-feira, 14, em frente à Reitoria, no campus de Goibeiras, em Vitória. O Sintufes, o Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica) e um grupo de estudantes reforçaram a manifestação.
Em greve há mais de 90 dias, os técnico-administrativos foram informados pelo membro do Comando Local de Greve do Sintufes Wellington Pereira sobre as novas estratégias para trazer benefícios à categoria. Afinal, ela não está conseguindo avanço nas negociações com o governo Dilma.
Estamos em greve desde o dia 06 de junho e até hoje o Governo Federal não nos recebeu com uma proposta concreta. Mas nós estamos buscando um novo fôlego, que são as medidas parlamentares para ver se conseguiremos, através de alguns deputados federais, aprovar um projeto de salários para os técnico-administrativos, revelou Wellington.
Ele também lembrou que o Projeto de Lei 1749/2011, que se aprovado vai privatizar os hospitais universitários, teve sua votação suspensa na sessão dessa terça-feira, 13, na Câmara Federal.
Segundo Wellington, a Fasubra e os deputados não governistas estão contribuindo com a barração do projeto, que se passar vai prejudicar a toda a população.
Membro do CLG aponta novo folêgo para luta dos TAE’s
Adufes
O presidente da Adufes, José Antonio da Rocha Pinto, abriu o ato lembrando que o Andes (Sindicato nacional dos docentes) negociou com o Governo Federal um reajuste de 4%, que não contempla às reivindicações da categoria.
Por isso, ele destacou a importância da luta em conjunto com o Sintufes, Sinasefe e com os estudantes.
O governo tem tomado medidas que vão de encontro com a educação pública de qualidade. E este ato em conjunto marca o início da segunda etapa de negociações do Andes com o governo, ressaltou Rocha.
Engordando o Porco
Ilustração mostra pra onde vai o dinheiro do governo
O professor Rafael Teixeira usou o panfleto, criado em parceria pelo Sintufes, Adufes, DCE e Sinasefe, que chama a sociedade para lutar pela educação pública.
Esse material traz uma charge do ilustrador Latufe, que mostra a presidente Dilma pisando na educação e levando um saco de dinheiro para um porco gigante, que representa os juros e a amortização da dívida.
A fonte (dos valores do PIB para cada área) não é nenhum movimento social. É a Câmara Federal. E a gente luta por 10%, mas olha quanto é destinado do PIB para educação (a ilustração revela que são apenas 2,8%!). E não se iludam, a percentagem do porco vai crescer com os cortes feitos nas áreas como a nossa, alertou.
Ele também fez questão de questionar que mais pessoas deveriam estar no ato: “quem não está aqui é por falta de consciência política ou porque já é vítima da precarização”, provocou.
A professora Ana Targina destacou a importância de se agregar forças na luta pelo aumento do percentual do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação.
A luta pelos 10% do PIB não é só nossa. Nossos interesses não se restringem à luta coorporativa. É uma luta por políticas públicas, por uma educação pública de qualidade para melhor atender a sociedade brasileira, destacou Ana.
Não é só luta salarialO coordenador de Formação Política e Relações Sindicais da seção do Sinasefe de Vitória, Júlio Cesar Bello, pontuou que os 4% de reajuste para os professores são insignificantes, lembrando que o Judiciário terá mais de 50%.
Porém, ele salientou que o Sinasefe não pensa só na questão salarial. A gente coaduna com a luta de vocês, pois temos que nos preocupar com a qualidade do ensino daqui por diante. Lutamos também pelas 30 horas dos técnico-administrativos. Nossa pauta é grande, disse.
A estudante de Serviço Social Naaira Abdalla também fez uso do microfone para manifestar seu apoio ao ato.