29 de janeiro é Dia Nacional da Visibilidade Trans

Em 29 de janeiro é lembrado o Dia Nacional da Visibilidade Trans. Como forma de contribuir com a luta da população trans, o Sintufes, por meio do cartão virtual (publicado acima), lembra a data em favor de mais visibilidade, de mais respeito às pessoas transexuais, travestis e transgêneros. 

A arte traz um trecho da música Indestrutível, da drag Pabblo Vittar: “Se recebo dor, te devolvo amor. E quanto mais dor recebo mais percebo que eu sou indestrutível”. 

Vale ressaltar que a Pabllo não é trans. Mas o trecho de sua música dialoga com a luta pela visibilidade que as pessoas trans têm de promover a fim de serem aceitas/os, respeitadas/os. E, também, de terem o direito de viverem de acordo com sua identidade de gênero sem sofrerem as mais variadas formas de violência. Pois, além da questão da visibilidade, as pessoas trans sofrem, assutadoramente, com a transfobia que a cada 48 horas mata uma travesti ou mulher transexual no Brasil, País que registrou 179 assassinatados de pessoas trans em 2017.    

MAPA DOS ASSASSINATOS DE TRAVESTIS E TRANSEXUAIS BRASILEIRAS EM 2017 – ANTRA*

De acordo com o relatório da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transsexuais), entre janeiro e dezembro de 2017, foram 179 (cento e setenta e nove) ASSASSINATOS de Travestis, Mulheres Transexuais e Homens Trans, e o Brasil se mantém na primeira posição do ranking anual que contabiliza a transfobia sofrida por essa população.

Ocorrências:
AC 1 | AL 7 | AM 5 | AP 1 | BA 17 | CE 16 | DF 2 | ES 7 | GO 5 | MA 2 | MG 20 | MS 2 | MT 6 | PA 7 | PB 10 | PE 13 | PI 1 | PR 9 | RJ 14 | RN 1 | RS 5 | RO 1 | RR 1 | SC 5 | SE 2 | SP 16 | TO 3

45% dos assassinatos de LGBT são de pessoas Trans.

Estamos falamos de crimes de ódio!

Ou vamos ignorar o contexto de vulnerabilidade a que estão inseridas as Mulheres Transexuais e as Travestis e que por conta disso estão mais suscetíveis a violência cotidiana, ao transfeminicidio, ao machismo e a marginalidade oriundos da falta de políticas públicas e ações afirmativas que as incluem de fato como cidadãs brasileiras?

Que essa parcela da população brasileira tem 9 vezes mais chances de ser exterminadas e executadas que uma cidadã comum?

Que a expectativa de vida de uma Mulher Transexual ou de uma Travesti é de apenas 35 anos, quando da população cisgênero em geral é de 80 anos ou mais?

Que mais de 80% dos assassinos não tem ligação com a vítima?

Que 90% tinham que se prostituir para sobreviver pela falta de oportunidades de trabalho formal?

Que 95% destes assassinatos apresentam requintes de crueldade, o que denota o ódio às Mulheres Transexuais e Travestis, porque a grande maioria da população brasileira não as identificam como Mulheres ou Gênero Feminino?

Que diferença faz o motivo? Vamos justificar as mortes pondo a culpa nas vitimas?

São todas assassinadas pelo ódio aos seus corpos, ódio ao desejo por esses corpos, ódio por serem prostitutas, por desafiarem a normatividade e o padrão de corpos tidos como legítimos, por serem negras em sua grande maioria.

Que antes de mais nada, ELAS FORAM JOGADAS NAS RUAS, muitas vezes pelos seus próprios familiares, NA PROSTITUIÇÃO E NA SITUAÇÃO EM QUE FORAM ASSASSINADAS exatamente PELA TRANSFOBIA, que todas sofreram e sofrem, até depois de mortas, não tendo a identificação correta pelo gênero que são e/ou eram?

Apresentamos um dados reais. Incontestáveis na sua composição sobre extermínios e estatística. Todas foram ASSASSINADAS!

Há alguma justificativa para isso?

A quantidade de registros varia não só de acordo com a violência em si, mas também com a sensibilidade da mídia de cada estado ou região do Brasil para casos do tipo e a existência de uma sociedade civil organizada em torno do tema e das demandas da população de Mulheres Transexuais, das Travestis e dos Homens Trans.

Através do Mapa dos Assassinatos da ANTRA, vimos contabilizando esses dados e constatamos que a realidade que vive nossa população é bem pior do que mostram as estatísticas.

Essa é a realidade do Brasil!!!!

A cada 48h uma Travesti ou Mulher Transexual é assassinada no BRASIL!

Lutemos por politicas de segurança para barrar esses números!

Vamos juntos combater a violência contra a população de Travestis e Transexuais.

Parem de nos matar!

*Fonte: Página da Antra no Facebook.