Após um ano do início da greve dos trabalhadores das universidades federais de 2011, a categoria iniciou um novo movimento paredista, nesta segunda-feira, 11 de junho de 2012.
A greve começa sem prazo para terminar. Mas, com uma força a mais contra as negativas do governo federal, pois os professores também estão com suas atividades paralisadas há quase um mês.
Na assembleia em Goiabeiras, o coordenador-geral do Sintufes, José Magesk, chamou atenção para o momento de ratificação de deflagração da greve.
Esta é mais uma data histórica para nossa luta pela educação pública de qualidade e contra a intransigência do governo. Os técnicos de outras 39 universidades também entram em greve hoje, frisou Magesk.
A Associação dos Docentes na Ufes (Adufes) foi convidada para repassar informes sobre a paralisação dos professores na assembleia.
O professor Rafael Teixeira ressaltou que são mais de 50 instituições federais de ensino superior em greve e mostrou que a pauta dos docentes também tem pontos em comum com as dos técnicos.
Nossa pauta central e é em torno da restruturação da carreira, mas é sobretudo uma greve que defende a educação pública de qualidade, destacou Teixeira.
Após os informes, sob chuva que caiu na capital no final da manhã desta segunda, 11, os trabalhadores ratificaram a deflagração da greve da categoria, que já havia sido aprovada em assembleia, no dia 31. Cabe destacar que a deflagração do movimento grevista já havia sido deliberada pelas últimas plenárias da Fasubra.
Fundo de greve
Na assembleia, os trabalhadores também aprovaram que o sindicato utilize o fundo de greve, para custear ações durante o movimento paredista.
Serviços parados
Nesta segunda-feira, o restaurante universitário, a biblioteca central, secretarias de departamentos, a creche da Ufes não funcinaram. A previsão é de que os serviços continuem suspensos durante o movimento grevista.
Paralisação no Hucam
Coordenadora Janine define com os trabalhadores
o funcionamento dos programas especiais do Hucam
No Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes (Hucam/Hospital das Clínicas), no campus de Maruípe, apenas os programas especiais é que vão funcionar. Serviços odontológicos, ambulatoriais, de radiografia, laboratórios e marcação de consultas estão suspensos.
Na assembleia no Hucam, a coordenadora-geral da Fasubra, Janine Teixeira, junto aos trabalhadores, definiram como será o funcionamento dos programas especiais
Nesta terça-feira, 12, haverá paralisação dos médicos contra a Medida Provisória 568/2012, que reduz o salário dos médicos federais pela metade.
Pautas
Esta nova greve dos trabalhadores técnico-administrativos foi iniciada após mais de 52 reunios, realizadas desde 2007, com o governo, mas sem avanços reais. Vale lembrar que um dos discursos preferidos do governo, em 2011, foi dizer que não negociava com os grevistas.
Mesmo com o fim da greve a enrolação continuou. E isso motivou a deflagração de mais uma greve da categoria.
A pauta específica da categoria da Fasubra é a seguinte:
– Reajuste salarial: piso de três salários mínimos e Step de 5% (progressão no salário. Consiste no percentual adicionado sobre o salário-base entre um padrão de vencimento e o imediatamente posterior);
– Racionalização dos cargos (a trabalhadores que exercem praticamente as mesmas atribuições que outros, mas por terem nomenclaturas diferentes recebem salários inferiores);
– Reposicionamento dos aposentados (reajustes sejam o mesmo e não haja perda de direitos conquistados na aposentadoria);
– Mudança do Anexo IV (Incentivo à Qualificação);
– Devolução do Vencimento Básico Complementar Absorvido (Mudança na Lei da Carreira – 11.091/05);
– Isonomia salarial e de benefícios entre os Três Poderes.
Já a pauta geral, com pontos que têm relação direta com a sociedade é a seguinte:
Luta contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH);
Luta contra a terceirização e por concurso público;
Luta pela implantação da jornada ininterrupta de trabalho de 30h sem redução de salário;
Luta contra a medida provisória (MP) 568/12, sobretudo nos artigos que atingem a redução salarial dos médicos e médicos veterinários e dos adicionais de insalubridade e de periculosidade.
Lutar por 10% do PIB para Educação;
Luta em defesa da negociação coletiva;
Data base e definição da política salarial;
Ascensão Funcional (em defesa da PEC 257/95).
Reajuste emergencial
Os servidores federais (conjunto dos SPF técnicos, professores dos Ifs das universidades e outras categorias) querem um reajuste emergencial a partir da reposição da inflação e do PIB dos dois últimos anos, sendo um total de 22,08%.
Agenda
Representantes dos comandos de greve do Sintufes e da Adufes e representantes do Diretório Central dos Estudantes discutiram uma agenda de mobilização para os próximos dias de paralisação.
Em breve mais informações.