A população de Vitória teve mais uma demonstração da luta em defesa da educação e da saúde públicas. Trabalhadores, técnicos e professores da Ufes e dos Ifes, estudantes das duas instituições, servidores estaduais e movimentos sociais fizeram uma bela passeata pelas ruas de Vitória, nesta terça-feira, 10 de julho.
O ato começou com um abraço simbólico no Hospital Univeristário Cassiano Antonio de Moraes (Hucam Hospital das Clínicas), no campus de Maruípe, na capital, contra a privatização que acontecerá caso a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) assuma a administração da unidade.
Greve na rua! Grevistas na avenida Maruípe rumo ao campus de Goiabeiras
De lá, trabalhadores e estudantes partiram pela avenidas Marechal Campos, Maruípe, Reta da Penha e Fernando Ferrari, onde panfletaram em frente ao antigo portão central da Ufes. Em seguida, entraram no campus de Goiabeiras e foram para dentro da Reitoria.
O ato foi organizado pelo Sintufes, Adufes, Sinasefe e DCE, tendo apoio de outros sindicatos e de movimentos sociais, como a Via Campesina, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).
Justiça derruba o corte de ponto
Durante o trajeto, o professor e membro do Comando Local de Greve da Adufes, Rafael Teixeira destacou uma importante vitória do movimento paredista conquistada na seara da justiça.
A Justiça Federal foi taxativa em não acatar a ação movida pelo Ministério Público Federal, considerando-se incompetente para julgar a greve dos professores e técnicos da Ufes, pois a competência de julgar sobre o direito de greve cabe ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). Portanto, não vai haver corte de ponto, comemorou Teixeira.
Ele também reforçou que os grevistas estão trabalhando, mas não dentro das salas de aulas e setores dos campi. Em greve, nós trabalhamos por uma educação pública de qualidade e pela não privatização do Hucam, frisou o professor.
O diretor do Sinasefe e o professor do Ifes, Tiago Camillo, reforçou contra quem é luta do movimento paredista.
O nosso inimigo é o governo. Ele é amigo do Collor, do Maluf, mas não é do povo. Essa luta é pelo povo, pela educação pública de qualidade, pontuou.
O estudante da Ufes e representante do DCE Vitor Noronha ratificou a fala de Camillo.
Estamos na rua desmascarando as políticas de precarização do governo Dilma com a educação. Lutamos por uma universidade pública, 100% gratuita, presencial e de qualidade, afirmou.
Membro do Comando Local de Greve do Sintufes, o técnico-administrativo Wellinton Pereira fez uma avaliação do movimento, já dentro da Reitoria.
Essa passeata foi mais uma vitória na luta dos trabalhadores. Mais uma vez mostramos nossa força contra a política de sucateamento e arrocho salarial do governo Dilma, que insiste em não negociar com as categorias em greve, disse.
Os trabalhadores e estudantes ficaram na Reitoria decidindo atividades durante a ocupação. A organização do ato ofereceu almoço aos manifestantes. Pela manhã, foi oferecido café da manhã a todos que se concentraram no Hucam.