Centenas de trabalhadores, em greve, foram às ruas de Vitória, nesta quarta-feira, 8, para protestar contra a intransigência dos governantes em atender as reivindicações da classe trabalhadora.
Confira aqui as imagens do ato.
O protesto teve início, por volta das 08h30, no Ifes, em Jucutuquara, e seguiu, sem fechar totalmente as vias urbanas, até o Centro da cidade.
Eles percorreram a Avenida Vitória, tomaram a Jerônimo Monteiro e depois passaram em frente ao Edifício Fábio Ruschi (onde se localiza a Secretaria Estadual de Gestão e Recursos Humanos Seger-ES) e finalizaram o ato, por volta das 15h, em frente ao Ministério da Fazenda, na Avenida Beira Mar.
E lá, seguranças do órgão fecharam as portas quando os manifestantes chegaram.
Seguranças fecham as portas do ministério
O protesto contou com a participação dos trabalhadores técnico-administrativos e professores da Ufes e do Ifes, trabalhadores das agências reguladoras, do Ibama, do Incra e também trabalhadores do Incaper – Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, que segue no movimento paredista há cerca de 50 dias.
Com tantas categorias unidas, a população capixaba pode, mais uma vez, ver a greve da educação, bem como de outros setores do serviço público, que estão lutando para melhorar suas carreiras, melhorias salariais e condições de trabalho dignas. E, sobretudo, o atendimento prestado ao próprio povo pelos serviços públicos nas mais diversas áreas.
Sem falar nos estudantes da Ufes e do Ifes que ajudam a engrandecer os atos, e também lutam para haver melhorias para o movimento estudantil.
Mídia. Os principais veículos da imprensa capixaba, TV, rádio, web e impresso, cobriram o ato, e muitos comerciantes pararam suas atividades para ver os grevistas de luta passarem. Essa foi mais uma prova de que vale a pena lutar nas ruas!
Na luta e na tela! Magesk concede entrevista para equipes de TV
Organização. O ato foi organizado em parceria pelo Sintufes, Adufes, DCE-Ufes, contanto com apoio do Grêmio Estudantil do Ifes, do Sinagências, bem como de sindicatos de bases do Estado, como a Assin (Associação dos Funcionários do Incaper), Sindiupes (Educação do ES), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e demais lutadores em defesa da saúde, da educação e dos serviços públicos em geral.
Reivindicações
O representante do Comando de Greve da Ufes, José Magesk, mostrou que, em quase dois meses de greve, os técnico-administrativos em educação tiveram uma proposta do governo, mas que não é nem um pouco satisfatória e a categoria já disse que não aceita.
Nós vamos apresentar a nossa contra-proposta ao governo, pois não aceitamos op que nos apresentou na segunda-feira. Por isso, vamos intensificar o movimento para ver se mobiliza o governo para que ele melhore a proposta que fez para nossa categoria, José Magesk.
No dia 06 (segunda-feira), o governo ofereceu 15% de reajuste aos técnicos, representados pela Fasubra, na reunião no Ministério do Planejamento. O problema é que são 5% em 2013, 5 em 2014, e 5% em 2015.
Isso além de não contemplar as reivindicações não dá nem para repor a inflação anual. O ponto importante da reunião com o governo foi que ela aconteceu antes do prazo dado, pelo próprio governo. Ou seja, a intensificação da greve está surtindo efeito!
Para onde vai o dinheiro?
Já em frente ao Ministério da Fazenda, o professor de Economia da Ufes, Helder Gomes, fez um discurso que contradiz a retórica governista de dizer que não tem dinheiro para os trabalhadores.
A economia no Brasil está no bolso do Eike, da Vale, das grande empresas. E o Tesouro Nacional se endivida para emprestar dinheiro para as grandes empresas através do BNDES. Foram mais de R$ 40 bilhões em seis meses para as grandes corporações e pouco mais de R$ 4 bilhões para a educação em três anos. O governo tem uma prioridade: continuar bancando aqueles que já têm para que os lucros das empresas sejam repassados para especulação e não para gerar emprego, e não para educação, para a saúde e para o serviço público. E isso faz aumentar a violência, as péssimas condições de vida, discursou o docente.