Os primeiros dias do XXIII Congresso da Fasubra (Confasubra) fizeram ecoar a extrema necessidade de unidade da categoria em favor do reajuste salarial, da carreira, dos direitos trabalhistas e contra o processo de privatização e desmonte das políticas públicas por parte do governo corrupto e ilegítimo.
O Congresso, que é a principal instância de decisões da Fasubra, acontece no Centro Nacional de Convenções (Cenacon), em Poços de Caldas, no Sul de Minas Gerais. O encontro teve início no domingo, 6 de maio, e segue até a sexta-feira, 11, quando será eleita a próxima gestão da Federação.
Abertura e correntes políticas
A abertura do XXIII Confasubra, no auditório do Cenacon, contou com falas dos diretores da Federação, além das defesas das teses dos coletivos políticos presentes ao Confasubra, dentre os quais a do Movimento Sonhar Lutar, que conta com 48 delegadas/os do Sintufes.
A primeira noite do Congresso teve ainda a performance da drag band mineira, The Pulso in Chamas, que contagiou as/os participantes, já deixando o recado em favor da diversidade, da pluralidade, do respeito e da luta contra a LGBTFobia que será forte no Confasubra.
Já na segunda-feira, dia 7, a delegação do Sintufes fortaleceu a reunião do Movimento Sonhar Lutar – Vamos a Luta pela Base, realizada na parte da manhã, que foi marcada por reuniões de cada um dos coletivos políticos.
À tarde, foi o momento da análise de conjuntura, e as correntes políticas apontam que classe trabalhadora precisa se unificar por direitos trabalhistas e salariais.
A unificação dos TAEs, no caso, será essencial para que seja feito o enfrentamento do arrocho salarial do governo golpista, já que não há previsões de reajustes. Vale ressaltar que a Federação faz a defesa da campanha salarial com índice de reajuste de 25,63%, apurado pelo Dieese, que contemplaria as perdas acumuladas ao longo dos anos. Além disso, a categoria unida vai ter força para enfrentar os ataques à carreira e outras propostas do governo, como a de retirar os aposentados da folha de pagamento das universidades em que atuaram.
A união da esquerda, em geral, foi também defendida, pois o entendimento é que o “inimigo é outro”: “nossos inimigos mesmos estão lá fora”; “é preciso unificar uma frente social para barrar os ataques”.
A mesa que fez a análise de conjuntura, na tarde desta segunda-feira, 7, contou com representantes dos coletivos Movimento Sonhar e Lutar, Combate e CTB; da CUT e da Intersindical.
As próximas discussões do Congresso serão sobre as universidades, os direitos sociais, a democracia, os hospitais universitários. Junto da análise feita hoje (7), as demais reflexões vão embasar o Confasubra para aprovar o plano de lutas do Congresso, previsto para a plenária final, na quinta-feira, 10.
A terça-feira, dia 8, começou com o debate que permearia as atenções dos grupos de trabalho (GTs), na parte da tarde. Pela manhã, o auditório do Cenacon foi palco do debate: Universidade, Direitos Sociais, Democracia e Hospitais Universitários
No que tange à democracia, foi discutida a atual situação política do País, na qual se considerou a seletividade da Justiça, na prisão do ex-presidente Lula, bem como o desenrolar do golpe jurídico-parlamentar pelo qual o Brasil passa desde quando se iniciaram as ações para o impeachment de Dilma Roussef.
A falta de democracia nas universidades, sobretudo para os técnicos, foi outro ponto levantado. Críticas ao fato de os técnicos não terem o mesmo peso do voto dos docentes, nas eleições para reitor, foram feitas. Além disso, foi destacado que a Andifes (Associação dos Reitores das Ifes) foi determinante para que as 30 horas não se tornassem uma realidade nos hospitais universitários.
Falando nos HUs, foi lembrando que o ex-presidente Lula que criou a EBSERH, no apagar das luzes do seu segundo mandato. E que a Empresa prometeu mundos e fundos, mas não melhorou em nada a realidade dos hospitais.
Por fim, a importância da unidade da categoria na luta reverberou. Mas a união não deve ser só dos técnicos. E sim de toda a classe trabalhadora. Reforçaram sobre a necessidade da classe trabalhadora – como um todo – reagir aos ataques. Além de se organizar para responder as ofensivas da direita e da classe dominante que trabalha para cada vez mais para retirar direitos dos trabalhadores.
GT do Sintufes discute temas do Congresso. A programação do XXIII Confasubra na tarde da terça, 8, foi voltada para a discussão em Grupos de Trabalho (GTs) da Fasubra sobre os temas debatidos no Congresso que são de grande interesse da categoria: universidades, direitos sociais, democracia e hospitais universitários.
O GT do Sintufes se reuniu para discutir sobre os temas a serem debatidos pelos GTs. E depois, o grupo partiu para dar suas contribuições nos 11 GTs que estavam ocorrendo, a fim de traçar estratégias de atuação e pautas importantes para a continuidade da luta em defesa das/os trabalhadoras/es técnico-administrativos.
Na parte da noite, da terça, 8, o Confasubra fez a prestação de contas da atual gestão da Federação.
Os trabalhos continuam na quarta-feira, 9.