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Setembro Amarelo: o mês acaba, mas a prevenção do suicídio e os cuidados com a saúde mental precisam continuar

Setembro Amarelo: o mês acaba, mas a prevenção do suicídio e os cuidados com a saúde mental precisam continuar

O mês da Campanha de Prevenção do Suicídio está terminando. Mas a temática e outras questões referentes à saúde mental precisam ser debatidas para além do Setembro Amarelo.

Seja para tratar com responsabilidade sobre o suicídio, mas também para trazer à tona outras questões que impactam diretamente a saúde mental da população em geral.

O psicólogo Wallace Ribeiro, da Divisão de Gestão de Pessoas do Hospital Universitário (Unidade de Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalhador – SOST), explica a importância do Setembro Amarelo.

“É a campanha brasileira de prevenção ao suicídio.  Ela é muito importante por levar informações à população sobre o tema. É uma forma de promover o diálogo sobre o suicídio possibilitando que as pessoas possam ter acesso a recursos de apoio e prevenção”, pontua.

Ribeiro salientou, ainda, que “é importante, sim” discutir a temática ao longo do ano. Afinal, com a discussão mais ampla, feita com responsabilidade, é possível ampliar a prevenção do suicídio.

Suicídio x transtorno mental

Seria correto associarmos o suicídio apenas a transtornos mentais, como a depressão, a bipolaridade? O psicólogo classifica essa associação como um erro.

“Os motivos são muito diversos. A ideação suicida é mais frequente do que se imagina. Precisamos vencer este estigma. Não estigmatizar, sem julgamentos precipitados é fundamental para oferecermos apoio e construímos uma cultura de prevenção”, assinala.

Ribeiro apresenta outras questões. “Assédio moral, racismo, bullying, desemprego, exaustão psíquica, separação, término de namoro, só para citar algumas situações que produzem sofrimento extremos. Nestes momentos acionar as redes de apoio afetiva e especializada é importante”, salienta.

Saúde mental na pandemia

Falar sobre o mote da campanha do Setembro Amarelo é, de certa forma, falar sobre saúde mental.

No ambiente hospitalar, dentro do contexto da pandemia, um relatório da a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) mostrou que: entre 14,7% e 22% dos trabalhadores de saúde entrevistados em 2020 apresentaram sintomas que levaram à suspeita de um episódio depressivo, enquanto entre 5% e 15% dos trabalhadores disseram que pensaram em cometer suicídio.

Ribeiro destacou a estafa apontada por essa pesquisa chamada de “HEROES” (The COVID-19 HEalth CaRe WOrkErs Study, “estudo sobre trabalhadores da saúde – em tradução livre).

“É um estudo importante que contou com o apoio da Opas. Ele evidencia como, no primeiro ano da pandemia 2020, os trabalhadores da saúde foram levados à exaustão e os efeitos dessa exaustão na saúde mental”, argumenta.

Pandemia no Hucam

O ‘Heroes’ foi um estudo feito com 14,5 mil trabalhadores da saúde de 11 países latino-americanos, dentre os quais o Brasil. Trazendo a realidade da pandemia para dentro do Hucam, o psicólogo revela o impacto da covid-19 no hospital.

“Em 2020 e 2021 houve um aumento da procura de atendimentos. Principalmente por ansiedade e depressão. A pandemia, medo de infecção e transmissão do vírus para os familiares, incertezas financeiras, perda de renda, perdas de entes queridos, de projetos de vida, perdas de possibilidades de lazer, de convívio familiar e de amizades, perdas de contatos com amigos, enfim perda de redes de apoio afetiva”, relembra.

Segundo ele, os rebatimentos da crise estão sendo sentidos. “Estamos tentando nos recompor ainda”, afirma.

Onde buscar ajuda?

O psicólogo Wallace Ribeiro respondeu sobre onde o trabalhador da Ufes/Hucam pode buscar ajuda, caso esteja com alguma questão relacionada à saúde mental.

“No Hucam existe o serviço de apoio psicológico na Unidade de Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalho (SOST). Telefone: 3335-7192. No Departamento de Atenção à Saúde (DAS), em Goiabeiras, existe a equipe de atenção psicossocial e serviço e de psiquiatria. Telefone: 4009-2340 / 4009-2346

Rede de apoio

Ribeiro informou ainda sobre onde procurar ajuda para além dos muros da universidade.

“Caso você conheça alguém que esteja achando que a vida está pesada demais ou que não está aguentando mais, existem serviços especializados que podem lhe ajudar como o CVV (Centro de Valorização da Vida), os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) e os serviços de emergência psiquiátrica como o Hospital Estadual de Especialidades Clínicas (HEAC).

O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente.

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