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Debate sobre conjuntura estadual confirma importância de serviços públicos e sindicatos na luta contra o sistema capitalista

Debate sobre conjuntura estadual confirma importância de serviços públicos e sindicatos na luta contra o sistema capitalista

O Planejamento Estratégico do Sintufes trouxe um importante debate sobre a conjuntura estadual. Os dois palestrantes mostraram como os serviços públicos são importantes e apontaram a relevância do movimento sindical, pontuando que os sindicatos precisam ser fortalecidos.

Além disso, teceram fortes críticas ao sistema capitalista no qual a elite burguesa e latifundiária dita as regras do jogo, e o governo do Espírito Santo segue essa mesma direção que visa, dentre outras questões, enfraquecer a prestação de serviços públicos, privatizar órgãos estatais, abastar os bolsos de banqueiros, da burguesia.

O debate aconteceu na mesa sobre Conjuntura Estadual: “A situação política do ES, eleições e o papel do movimento sindical nas lutas gerais da população”, no dia 2 de setembro, dentro da programação do planejamento.

Os palestrantes foram o assessor político do Sindicato dos Servidores Públicos no Espírito Santo (Sindipúblicos-ES), André Carvalho, e Vinícius Souza, o Capitão Souza, candidato ao governo do Espírito Santo pelo PSTU.

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União e luta
Para os palestrantes, a classe trabalhadora precisa se unir para fazer a luta, observando-se as questões que unificam as mais diversas categorias de trabalhadoras/es.

“Existem coisas básicas que unificam os trabalhadores: a defesa do emprego, a defesa da qualidade de vida, a defesa de um serviço público que atenda com mais qualidade a população. Se essas pautas nos unificam, não tem motivo para não estarmos juntos”, salientou o assessor político do Sindipúblicos-ES.

Capitão Souza destacou a importância de lutar e se organizar para ir adiante.

“Fica o chamado de mobilização e de organização: é preciso dar as mãos enquanto irmãos trabalhadores, inclusive aos camaradas que não podem se organizar sindicalmente (como os policiais militares). A categoria não avança se a classe trabalhadora como um todo não avançar. A luta é a única maneira pela qual conseguiremos transformar a realidade”, frisou.

Entrando na seara sindical, Carvalho mostrou que é preciso se articular apesar de eventuais distinções.

“Atualmente os sindicatos possuem dificuldade de se articular previamente aos combates. Os sindicatos eventualmente se unificam em luta contra um tema pontual, como a reforma administrativa, e até conquistam vitórias, mas para a garantia dessas vitórias é preciso a manutenção dessa articulação conjunta apesar das diferenças. É preciso garantir a unidade dentro da diversidade”, assinalou.

Na fala de Souza, ele reforçou que todas as categorias de trabalhadores deveriam ter o direito à sindicalização e a compreensão do que são os sindicatos.

“É preciso que cada categoria compreenda o que é o movimento sindical. O movimento sindical não é uma associação desta ou daquela categoria para discutir seus próprios interesses. Existem categorias que sequer podem se sindicalizar como os policiais militares. Onde está a luta do movimento sindical pelo direito de sindicalização e pela desmilitarização das polícias? Os informais, que são maioria no Brasil, também não são sindicalizados. Sem união da classe trabalhadora não há perspectiva de superação desse cenário”, cravou.

O candidato do PSTU ainda fez um paralelo sobre a não sindicalização e o apoio ao presidente da República. “A Polícia Militar é um exemplo de como é nocivo não poder se sindicalizar. A informalidade também. É perceptível como o bolsonarismo ganha mais destaque entre os informais e os policiais”, analisou.

Importância dos servidores e dos serviços públicos
O assessor do Sindipúblicos-ES iniciou sua fala destacando a importância da base do Sintufes.

“Se é possível cursar um ensino superior público de qualidade no Espírito Santo isso também é devido ao trabalho dos técnico-administrativos em Educação. Quando falamos do serviço púbico falamos de pessoas que se dedicam, que acordam cedo, que muitas vezes lançam mão dos próprios recursos para continuar mantendo a qualidade do serviço”, disse.

Apesar da importância, maior parte dos candidatos vai no sentido contrário da valorização de servidores públicos…
André Carvalho afirmou que os programas da maioria dos candidatos ao governo do ES reproduzem a lógica de reduzir o serviço público e o funcionalismo público. De acordo com ele, essa questão é desafiadora.

“É onde se localiza o nosso desafio: como nos valorizamos enquanto servidores públicos? Como nos posicionamos ante a sociedade para mostrar a importância do servidor? Se o próprio serviço público não se valorizar, os governantes não vão nos valorizar. É preciso ter no próximo período uma agenda de valorização do serviço público”, acrescentou.

…até porque, a lógica capitalista quer é enxugar o estado
Uma questão que vai na contramão da valorização de servidores e dos serviços públicos foi apontada pelo Capitão Souza, abordando desde a realidade latifundiária e burguesa do Estado, passando pelo processo eleitoral acostumado a eleger representantes da elite, chegando à realidade que a burguesia pensa para o serviço público: a privatização.

“O Espírito Santo é permeado pelo latifúndio monocultor do qual um exemplo é a Suzano, pela imprensa burguesa, pelo sistema bancário, todos em uma articulação burguesa. Os governos têm sido há 20 anos gerentes dessa burguesia capixaba. O processo eleitoral torna-se a apresentação de um conjunto de milionários colocando em disputa suas virtudes pessoais: um é mais bravo o outro é mais calmo. Mas todos possuem o mesmo projeto voltado para o bem-estar das elites capixabas, privatizando nossas riquezas. Recentemente a ESGás (companhia de gás do Espírito Santo), que não tem um Real de dívida, foi entregue. O Banestes está na bandeja. A Cesan está na bandeja. A Codesa já foi. Como falar de salário, plano de carreira, piso salarial, construção de moradia, hospitais, concordando com a entrega das nossas riquezas para esses projetos? Como debater isso com os gerentes da burguesia que disputam quem consegue privatizar mais rápido nossas riquezas?”, analisou.

Unidade e socialismo
O assessor político do Sindipúblicos-ES, André Carvalho, ao longo de sua fala salientou que as mais diversas representações políticas de trabalhadores precisam se unir, apesar de suas diferenças. Ele finalizou com esse teor, mostrando a mudança na sociedade que precisa ser percebida pelo movimento sindical, que deve falar para além de “suas bases”.

“Não estamos mais na fase em que o sindicato panfletava apenas para as suas bases. Hoje com as redes sociais estamos ao vivo e nos comunicando para a classe trabalhadora. É o terreno da luta que nos unifica”, reforçou.

Já o Capitão Souza foi um pouco mais além. Para ele, o Brasil tem capacidade para alimentar sua população, tem mão de obra suficiente. Porém, precisa de um projeto baseado nas próprias riquezas, e não dentro desta lógica capitalista.

“Podemos tocar um projeto completamente diferente do capitalismo, um projeto baseado nas nossas riquezas. Pensar em socialismo não é idealismo. Idealismo é achar que no Brasil do capitalismo, que em mais de 500 anos a classe trabalhadora nunca teve vez, em algum momento os trabalhadores terão espaço. A luta pelo socialismo, a união da classe trabalhadora, é muito necessária. Precisamos deixar as ilusões com o sistema capitalista. A tendência das coisas nesse regime é de piora”, afirmou.

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